Na última segunda-feira, 12 de dezembro, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi diplomado oficialmente como presidente da República.
O documento faz parte da cerimônia que é realizada desde 1946 pelo Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), e é responsável por tornar legítimo o resultado das eleições e habilitar os novos mandatários a tomar posse em 1º de janeiro de 2023, como atesta um trecho do próprio documento.
“Em testemunha desse fato, a Justiça Eleitoral expediu-lhe este diploma, que o habilita à investidura no cargo perante o Congresso Nacional em 1º de janeiro de 2023, nos termos da Constituição Federal”.
O documento foi entregue pelo Ministro Alexandre de Moraes, atual presidente do TSE, que ressalta a necessidade de compromisso com a democracia. Em seu discurso, ele reafirmou a confiabilidade das urnas em clara resposta aos grupos extremistas que ainda insistem em deslegitimar o sistema eleitoral.
“Jamais houve uma fraude constatada nas eleições realizadas por meio das urnas eletrônicas, verdadeiro motivo de orgulho e patrimônio nacional”.
Foto: reprodução/TSE
Durante a solenidade, Lula se emocionou ao afirmar que a diplomação não foi concedida apenas para ele, mas também a grande maioria dos brasileiros que confiaram a ele o seu voto. Além disso, ressaltou o seu compromisso com o povo brasileiro juntamente a Geraldo Alckmin, eleito e também diplomado vice-presidente.
“Reafirmo, hoje, que farei todos os esforços para, juntamente com o querido Geraldo Alckmin, cumprir o compromisso que assumi, não apenas na campanha, mas ao longo de toda uma vida, de fazer do Brasil um país mais desenvolvido e mais justo, com garantia de dignidade e qualidade de vida para todos os brasileiros, sobretudo os mais necessitados”.
Assim como Alexandre de Moraes, Lula também reforçou preocupação com a manutenção da democracia e resgatou o período recente da história brasileira, especialmente durante as eleições, para trazer um alerta.
“É necessário tirar uma lição deste período recente em nosso país e dos abusos cometidos no processo eleitoral para nunca mais nos esquecermos, para que nunca mais aconteça”.
Impunidade e terrorismo de grupos extremistas
Na contramão do mundo inteiro, apoiadores do presidente derrotado, Jair Bolsonaro, inconformados com a vitória de Lula, fazem terrorismo e destroem patrimônioss públicos, se negando a aceitarem o resultado do pleito eleitoral.
As movimentações que se iniciaram logo após o resultado das urnas com o bloqueio de estradas e acampamentos na frente dos quarteis, tomaram proporções alarmantes.
Ainda na noite do dia 12, bolsonaristas que se concentravam na região central de Brasília-DF, incendiaram ônibus, queimaram carro e tentaram invadir a sede da Polícia Federal para resgatar o indígena José Acácio Tserere Xavante, acusado de liderar em atos antidemocráticos. Também foram espalhados botijões de gás em pontos estratégicos, colocando em risco a vida da população.
Foto: Evaristo Sá/AFP
Até agora nenhuma outra pessoa foi presa ou identificada, soando um alerta sobre qual o papel das forças de segurança do país. Ao contrário, autoridades fazem vista grossa e agem passivamente diante de tantas violações.
Basta lembrar que professores, manifestando pacificamente por melhores condições de trabalho, sofrem truculência policial por bem menos.
Foto: Mareli Martins
Assim, a diplomação de Lula representa não apenas uma vitória para a democracia, mas também marca o início do processo de reconstrução nacional que, como se vê, será repleto de desafios, onde a unificação do povo brasileiro será prioridade do mandatário.
“A ninguém interessa viver num país dividido, em permanente estado de guerra. Este país precisa de paz e de união. Este povo está cansado de enxergar no outro um inimigo a ser temido ou destruído. É hora de baixar as armas, que jamais deveriam ter sido empunhadas. Armas matam e nós escolhemos a vida”, destaca o presidente eleito ao contrapor o discurso de ódio de Jair Bolsonaro, sinalizando uma postura de conciliação nacional.