Olhar Film Festival terá edição realizada em Santarém

O festival será realizado de 26 a 29 de janeiro e busca democratizar o acesso ao cinema, além de fortalecer a cinematografia da Amazônia.

19/01/2023 às 15h30
Por: Dalila Brandão Fonte: Tapajós de Fato
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Foto reprodução da internet
Foto reprodução da internet

O Olhar Film Festival é um evento que busca fortalecer a cultura de festival de cinema na região Norte do Brasil, e traz como proposta o entrecruzamento de experiências locais com outras partes do mundo. O festival é um projeto que conta com o patrocínio do Banco da Amazônia e das leis de incentivo Rouanet e Semear.

 

“O Festival tem, então, essa pegada de valorizar a cena local, mas também de colocá-la em contraste com a realidade de outras partes do mundo. Então a gente acredita que esse contato que a gente pode promover é fundamental para valorizar o cinema daqui e colocar ele de igual para igual com cinemas de qualquer lugar do mundo”, explica Victor Rosalino, Diretor e idealizador do projeto.

 

O Festival terá como meta realizar 6 edições no período de 1 ano, em 5 cidades da região Norte do país (Manaus, Belém, Castanhal, Macapá e Santarém), com exibições de filmes regionais, nacionais e internacionais. A primeira edição será realizada em Santarém, entre os dias 26 e 29 de janeiro.

 

Victor explica que o carater itinerante (que se desloca) do festival se dá com o objetivo de também realizar trocas entre cinemas da Amazônia.

 

As edições serão realizadas tanto na modalidade online como presencial, de forma totalmente gratuita, possibilitando que tanto os espectadores quanto cineastas possam acompanhar o evento em outras partes do mundo. Foram selecionados 102 filmes para exibição, sendo alguns, inclusive, inéditos que vão ter sua estreia durante o evento.

 

Arão Neres, que também é diretor do festival, explica a importância de buscar fortalecer a cena local com a exibição dos filmes, mas entende que o processo de construção do festival precisa passar pelas mãos dos protagonistas da região, ter a cara dessas pessoas.

 

“Isso é o que a gente vai fazer em todas as edições. Em cada cidade que a gente se propor a fazer o festival, nós vamos primeiramente chegar, identificar quem são as pessoas daquele lugar que são produtoras e que já têm contato com aquele local, para chamá-las para trabalhar e, assim, ser inserido naquela realidade. Então, a partir do olhar daquelas pessoas a gente consegue produzir essa troca, essa comunicação”.

 

As exibições também vão contar com a presença dos produtores locais para falar um pouco de cada filme, pois para os produtores do festival, a sociedade precisa conhecer os protagonistas que produzem arte na região.

 

Na região Norte, o hábito de frequentar cinemas é muito limitado, especialmente para as classes mais baixas da sociedade que, no geral, não podem pagar os altos preços que são cobrados para assistir às sessões. Em Santarém, por exemplo, existem apenas dois cinemas, que ficam localizados nos 2 shoppings da cidade, tornando o hábito ainda mais inacessível.

 

Por isso, propor um festival de cinema nesses moldes, que contemple a sociedade sem exclusões, é fundamental para avançarmos de fato na democratização do acesso ao cinema, desconstruindo o seu caráter seletivo e segregador.

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