Com apenas 23 anos, o artista santareno Rawi dá mais um passo no caminho que vem percorrendo no mundo da música nos últimos anos. Esta semana Rawi foi classificado, por meio de seu projeto denominado “Arte de Bicha”, no edital Natura Musical. Entre mais de 2500 propostas analisadas pela coordenação, foram selecionados 4 propostas do estado do Pará, dentre elas, Arte de Bicha, de Rawi.
A aprovação veio após inúmeros anos de trabalho, construindo um portfólio coeso e potente agregado pelo apoio dos demais artistas locais que brilham lado a lado de Rawi. O artista vai lançar um álbum inédito, Arte de Bicha, pelo selo Natura Musical. Um disco de poesia crua com um som experimental que mistura carimbó com eletrônico, rock e tudo isso com uma película do pulsante pop amazônida. O álbum traz composições sobre ser uma bicha amazônida que está entrelaçado com a urbanidade e a natureza, o real e o encante, o orgânico e inorgânico.
Rawi conta que este álbum é a sua vida e que a concepção deste trabalho iniciou em 2019, quando escreveu as primeiras músicas que estão nele.
De onde vem as inspirações?
Das inspirações que resultam nas criações que Rawi apresenta ao público ele conta que são várias, é o cotidiano que vai lhe provocando e inspirando a criar, o cantor classifica como “aleatórias” a gama de inspirações. “É muito do que eu vejo no dia a dia, é muito do que me atravessa, do que me toca e isso é sem limite, sem uma categoria em si, pode ser uma fala de uma pessoa na rua, pode ser um gesto, pode ser uma fachada de um prédio histórico, uma rua que mudou, podem ser muitas coisas ou artistas que eu admiro e criadores de conteúdo, artistas plásticos. Então são muitas inserções do cotidiano que me inspiram a fazer e a aglomerar vários significados dentro da minha expressão artística, dentro da música”, conta o artista ao Tapajós de Fato.
Rawi diz ainda que se apresenta a partir da realidade da diversidade das pessoas da região. “Nós somos uma grande mistura no sentido de conseguirmos produzir uma cultura muito efervescente e ao mesmo tempo consumir cultura de outros lugares, atravessar a partir disso e se se reconhecer, eu acho que a minha arte, ela é muito facilitada por causa disso”.
Facão abriu alas para uma ideia que já estava em desenvolvimento
Facão que Abre Caminhos foi o primeiro lançamento de Rawi, “Arte de Bicha era um álbum que já estava processo de construção, já estava acontecendo. Ele ia ser o meu primeiro álbum e aí eu decidi que não, que não era o momento dele vim para o mundo. E aí surge o Facão que Abre os Caminhos, que realmente fez isso durante esses anos, abriu os caminhos, abriu inúmeras possibilidades e como isso foi forte”. Foi esse álbum que o lançou para festivais de música de grande relevância no Norte, como Se Rasgum e Psica em Belém, e Festival dos Rios de Santarém.
Com esse novo momento, o artista compartilha que seu coração está “muito aquecido”, e que isso se dá graças a todo o apoio das pessoas que concretizam esse sonho junto com ele, "é um momento muito histórico na minha vida, na vida das pessoas que estão junto comigo trabalhando, um momento muito forte”, comenta.
Os próximos meses do ano serão de muitos trabalhos para Rawi e toda a sua esquipe, “vou estar mergulhado no processo de criação do álbum Arte de Bicha. Vou estar realmente entregue a todos os processos. Eu sou um artista que está inserido em todos os processo de criação do meu trabalho, sejam eles na música, no visual, nos figurinos e nas letras. Sou eu que escrevo todas as letras, então estarei literalmente jogado nesse processo todo, com toda a equipe”.
