Na busca de fortalecer e conectar lutas dos territórios amazônicos, o Tapajós de Fato promoveu um encontro com juventudes comunicadoras dos territórios do Pará, Rondônia e Acre. O intercâmbio foi um momento importante de fortalecimento e alinhamento de ações de incidências nos territórios, na busca de promover ações pautadas no bem viver.
O Tapajós de Fato é um veículo independente e alternativo e além das produções de conteúdos tem realizado oficinas de comunicação nos territórios do Tapajós em parcerias com organizações locais. No encontro foram realizadas oficinas de comunicação e momento de reflexão sobre desafios e problemáticas e as formas de enfrentamento protagonizadas pelas organizações representadas no encontro. Além de oficina de advocacy, (uma forma de incidir sobre as questões do território de forma a pressionar os tomadores de decisão a adotarem medidas que caminhem para as mudanças esperadas).
Foto: Kevin Gonzales/Tapajós de Fato
O encontro foi realizado em Santarém, dentre os participantes está Rayara Barros, representando o Comitê Chico Mendes. Raiara vem de Xapuri (AC) e conta que o momento foi prazeroso, sendo uma possibilidade de realizar trocas com outras pessoas de outros lugares que atuam na defesa de territórios. Com isso a jovem liderança diz que aprendeu muito com várias metodologias trabalhadas pelo Tapajós de Fato.
RayaraBarros. Foto: Kevin Gonzalez/Tapajós de Fato.
Outro participante foi Torokay Mura, indígena do povo Mura, da Resex Ouro Preto, estado de Rondônia, que relata que o encontro promoveu “fortalecimento e engajamento entre os povos” a partir das trocas feitas entre os participantes.
Torokay Mura. Foto: Kevin Gonzalez/Tapajós de Fato
Beka Munduruku, ativista indígena, mora na região do Médio Tapajós, e atua na defesa de seu território através da produção de audiovisual pelo coletivo Daje kapap Eypi. Ela conta que o encontro foi importante, pois foi um momento de aprender e compartilhar experiências. “O encontro foi importante para a gente aprofundar nossos conhecimentos e lutar junto com as nossas organizações de bases e levar para frente como comunicadores, divulgando para o mundo inteiro”.
Beka Munduruku, Foto: Kevin Gonzalez/Tapajós de Fato.
O Tapajós de Fato conta com o apoio da organização WWF-Brasil para a execução desse projeto de fortalecimento da atuação da juventude atrelada à comunicação pela defesa dos territórios. Angélica Mendes atua no WWF-Brasil como Analista de Conservação e fala das parcerias que são realizadas com organizações nos territórios.
“O objetivo é fortalecer as organizações que são lideradas por povos indígenas e comunidades tradicionais na Amazônia. é de grande importância para que a gente defenda o espaço cívico… A gente está contribuindo para que os defensores ambientais e as pessoas que colocam suas vidas em risco no dia a dia defendendo a seus territórios, defendendo a floresta, a Amazônia”.
Sobre a criação da rede entre organizações do Acre, Rondônia e a região do Tapajós, a colaboradora do WWF menciona o seguinte: a gente está lidando com regiões que são diferentes, diferentes de dificuldades que esses povos de comunidades tradicionais enfrentam nessas regiões. Mas são regiões que têm sim bastante conflito. E então é de extrema importância que essas organizações locais estejam fortalecidas e consigam fazer defesa né das suas pautas, dos seus territórios”, finalizou Angélica Mendes.
Angélica Mendes - Analista de Conservação do WWF-Brasil. Foto: Reprodução/Internet.
Isabelle Maciel, editora Chefe do Tapajós de Fato, também comenta sobre a atividade realizada. “Falamos sobre advocacy e comunicação popular, foi um momento de intercâmbio entre os estados de Pará, Acre e Rondônia, onde a gente pôde conhecer um pouco mais dos desafios de cada território e como atuam utilizando a comunicação'', finalizou.
A partir dos desafios e das ideias de incidência desenhadas pelos participantes do encontro, ao longo dos próximos meses o TdF deve seguir acompanhando o desenvolvimento de ações e contribuindo com a comunicação das organizações. O Tapajós de fato acredita na força da comunicação popular como ferramenta de luta e que, fortalecendo a comunicação popular está fortalecendo a defesa dos territórios na Amazônia.