ABRAPSO e organizações ligadas à psicologia realizam I Simpósio de Mulheres e Narrativas Sociais, em Santarém

“As mulheres no território Amazônico vêm resistindo às pressões estruturais de gênero e (re)construindo narrativas potencializadoras de transformação social a partir do reconhecimento de suas identidades, seja em todo e qualquer âmbito: trabalho, pesquisa, ativismo, artevismo”, (trecho do introdução do projeto do simpósio).

30/03/2023 às 16h55 Atualizada em 11/04/2023 às 13h14
Por: Marta Silva Fonte: Tapajós de Fato
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Foto: Reprodução da Internet
Foto: Reprodução da Internet

A Associação Brasileira de Psicologia Social - ABRAPSO, núcleo Santarém, promove nesta sexta-feira (31/03) o I SIMPÓSIO DE MULHERES E NARRATIVAS SOCIAIS, sob o tema “Quem são as amazônidas? Vozes que resistem”. 

 

O mesmo é organizado pela ABRAPSO em parceria com o curso de Psicologia e as ligas acadêmicas LAPSIQUE, LAPC do Instituto Esperança de Ensino Superior – IESPES, e a liga acadêmica LAFISM da Universidade do Estado do Pará - UEPA

 

O evento acontecerá no Instituto Esperança de Ensino Superior – IESPES e contará com uma programação toda voltada para debates de impacto sócio-histórico para a luta das mulheres na Amazônia. Abordando temas como: direitos das mulheres no Brasil, identidade da mulher negra na Amazônia, ativismo e artevismo, saúde, educação, liderança e protagonismo das mulheres da cidade de Santarém PA.

 

Em um cenário de disputas que vão para além das já marcadas por anos de submissão e subserviência, e pela construção de uma sociedade machista e sexista, o debate sobre as peculiaridades que marcam as lutas femininas pautadas pelo contexto amazônico é fundamental e muito pontual.

 

Card de divulgação/ Foto ABRAPSO

 

Estar, e ser mulher, na Amazônia possui particularidades que pontuam o debate feminista. Assuntos como violência, exploração, sucesso financeiro e econômico, mercado de trabalho, impunidade, maternidade, segurança e outros, se desarticulam do cenário nacional quando se discute a realidade da região norte e em especial da Amazônia. Pensar a interseccionalidade do debate feminista levando em consideração a realidade cultural, ribeirinha e indigena, é necessidade pontual.  

 

Nesse sentido, a realização do I Simpósio de mulheres e narrativas sociais que objetiva propiciar um espaço de encontro, trocas afetivas e informativas entre as mulheres amazônidas e comunidade em geral, é um importante espaço de debate e construção de saberes coletivos.

 

A clara evolução do debate feminista é notória e vem promovendo mudanças, significativas, nas sociedades. Esse fato não é diferente na região, contudo, dar vozes às várias particularidades que permeiam o ser “feminino” na Amazônia, que vão além da construção de uma sociedade machista e que está muito ligada a conceitos culturais, é mais uma das grandes mudanças alcançadas por importantes lutas. 

 

Composição da mesa de abertura/ Foto ABRAPSO

 

“Esse evento foi pensado em decorrência de toda essa  narrativa, na potência das vozes das mulheres. Nós temos muitas mulheres que estão sendo protagonistas de diversos projetos, de diversos trabalhos. Que ocupam lugares importantes e a partir desse pensamento a ABRAPSO viu como uma ponte necessária que a gente pudesse discutir a psicologia dentro dessa temática, dentro desse campo, que a gente ainda vê que é uma profissão que pouco tem esses atravessamentos, né, mais sociais [...] a gente precisa fortalecer  esse vínculo da Psicologia como ciência, profissão e pesquisa, com as pessoas, com a comunidade, com a população”, relata Rebeca Larissa dos Santos Marinho, psicóloga clinico e social, coordenadora da ABRAPSO núcleo Santarém.  

 

Rebeca Larissa, coordenadora da ABRAPSO em Santarém/ Foto arquivo pessoal

 

Rebeca Larissa ainda pontua que “em alusão ao março das mulheres, a gente ainda vê muitas pautas a respeito de toda violência do patriarcado que conduz as nossas vivências, principalmente aqui, no nosso território amazônico, então a proposta do simpósio é reunir vozes, mulheres potentes que têm trabalhos potentes”.

 

Mesa de encerramento/ Foto ABRAPSO

 

O evento a acontecer é voltado para profissionais e estudantes de Psicologia e demais interessados na temática. E traz em sua programação mulheres feministas amazônidas que possuem posição de destaque em diversas frentes de luta: indígenas, defensoras da floresta, representantes políticas, artistas, dentre outras. 

 

Falando das mulheres potentes que participarão da programação, Rebeca enfatiza a presença de “Adiara Pereira, uma mulher trans negra, e que está sendo protagonista da luta dentro da ONG da diversidade; a Renata Moara que está à frente dos movimentos sociais, que tem essa crítica estudantil; a Raquel Tupinambá e a Alessandra Korap que são mulheres indígenas que têm reconhecimento até fora, e que levam as pautas do nosso território; a Norah Guimarães e a Priscila Castro, artistas, que são mulheres que fazem revolução no campo artístico, mulheres pretas afro amazônidas, dentre outras mulheres maravilhosas que estão compondo esse evento”.

 

Mini cursos/ Foto ABRAPSO

 

Durante o evento acontecerão mesas de debates, oferta de minicursos e apresentações culturais.

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