Quinta, 05 de Dezembro de 2024
Reportagem Especial Educação

Semana dos Povos Indígenas em Santarém tem como tema “Identidade, Educação e Diversidade”

Valorizar a pluralidade cultural reescrevendo a história dos povos indígenas do Baixo Tapajós.

19/04/2023 às 17h39 Atualizada em 02/05/2023 às 16h48
Por: Darlon Neres Fonte: Tapajós de Fato
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Arquivo pessoal
Arquivo pessoal

A educação indígena é um tipo de educação que valoriza e respeita a cultura, tradições e conhecimentos dos povos indígenas. Essa forma de educação tem como objetivo promover a preservação e o fortalecimento da identidade cultural dos povos indígenas, bem como garantir o direito desses povos a uma educação de qualidade e em consonância com sua cultura e modo de vida.

 

A educação indígena é reconhecida no Brasil como um direito fundamental dos povos indígenas, garantido pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996. De acordo com a LDB, a educação escolar indígena deve ser oferecida de forma diferenciada e específica, respeitando as peculiaridades linguísticas e culturais de cada povo.

 

Alunas Indígenas Foto: Divulgação

 

As escolas indígenas devem ser construídas e gerenciadas com a participação ativa das comunidades indígenas, garantindo a presença de professores indígenas e a inclusão de temas relevantes para as culturas e tradições desses povos. Além disso, a educação indígena deve ser inclusiva e garantir o acesso a todos os níveis de ensino, desde a educação infantil até o ensino superior.

 

A educação indígena é essencial para a promoção da diversidade cultural e para a valorização das diferentes formas de conhecimento e sabedoria existentes no mundo. Por isso, é importante que o Estado e a sociedade reconheçam e apoiem a implementação de políticas públicas que visem fortalecer a educação indígena e garantir o direito desses povos à educação em sua própria língua e cultura.

 

A educação indígena em Santarém, no estado do Pará, é um assunto de grande importância, pois a cidade abriga diversas comunidades indígenas que possuem suas próprias tradições e culturas.

 

Deve ser conduzida de maneira a respeitar e valorizar a cultura e os conhecimentos tradicionais desses povos. É necessário que sejam desenvolvidos projetos pedagógicos que levem em consideração a realidade sociocultural e linguística de cada comunidade, e que contemplem não apenas o aprendizado de habilidades e conhecimentos gerais, mas também o fortalecimento da identidade cultural e da autoestima dos estudantes indígenas.

 

Além disso, é importante que haja o reconhecimento e o respeito pela diversidade cultural dessas comunidades, e que os professores sejam capacitados para trabalhar com a interculturalidade em sala de aula.

 

A Secretaria Municipal de Educação (Semed) fez a abertura na  segunda-feira (17), da Semana dos Povos Indígenas, conforme programado no calendário escolar da educação. A abertura foi realizada no auditório da Escola de Artes Emir Bemerguy, em Santarém, oeste do Pará.

Apresentação de crianças indígenas no evento / Foto: Sérgio Sales

 

Do evento, participaram representações indígenas e da sociedade civil: Conselho Indígena Tapajós Arapiuns (CITA), Sistema de Organização Modular de Educação Indígena (SOMEI), Fundação Nacional dos Indígenas (FUNAI). Sérgio Sales representando o povo Tupinambá, Elias Moraes representante dos gestores das escolas indígenas e ainda a coordenadora da Divisão de Educação Escolar Indígena, Jecilaine Borari, e a secretária de Educação, Maria José Maia da Silva.

 

A Semana dos Povos Indígenas 2023 tem como tema “Identidade, Educação e Diversidade”. O objetivo é valorizar a pluralidade cultural reescrevendo a história indígena.

 

O Tapajós De Fato conversou com Sérgio Sales, da Aldeia Castanhal, de Cabeceira do Amorim, do povo Tupinambá, localizado no Rio Tapajós, atualmente gestor da escola Luiz Antônio Almeida.

 

Sobre o evento ele relata como foi a participação e as troca de experiência com quem está na cidade.

 

“Foi muito gratificante estar participando da abertura da semana dos povos indígenas. Sabemos que hoje não se comemora mais o Dia do Índio, e sim o dia dos povos indígenas e temos que olhar para esse evento e ver que cada povo tem sua maneira de se organizar, de se articular, principalmente a forma de educar. São experiências únicas que são dialogadas em um só espaço. Que o foco é afirmar a nossa identidade e mostrar que nós somos um povo que temos capacidade de ter uma educação escolar diferenciada e transformadora, fazendo com que toda essa troca de experiência se fortaleça cada vez mais enquanto educação escolar indígena”.

 

Ornamentação do evento Foto: Sérgio Sales

 

Sérgio relata a importância da participação dos povos indígenas nesse evento.

 

“É importante nós como indígenas estarmos participando desses eventos. Porque o dia dos povos indígenas é uma data significativa para todos nós. Todos aqueles que se reconhecem como indígenas. E essa data é uma data que celebra a vida, a resistência e a certeza de que nossas tradições que veio da nossa ancestralidade proveniente da nossa ancestralidade que apesar de tudo, de serem perseguidos, de serem dizimados jamais será deixada para trás e nada melhor para garantirmos esses direitos do que a nossa união como povos”.

 

Professor indígena Sergio Sales / Foto: Arquivo Pessoal

 

A região do Baixo Tapajós conta com 14 povos indígenas, incluindo além de Santarém, os municípios de Belterra e Aveiro. São aproximadamente 20 mil indígenas de acordo com dados do Conselho Indígena Tapajós-Arapiuns (CITA).

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