Em sua 9º edição, a Copa do Mundo 2023 terá dois países como sedes, a Austrália e a Nova Zelândia, e se inicia neste mês, dia 20, e irá até o dia 20 de agosto. Este ano o torneio terá 32 seleções, a mesma quantidade que a competição masculina possuía, antes haviam apenas 24 seleções participantes.
A visibilidade da modalidade ou falta dela, é assunto recorrente toda vez em que a Copa do Mundo Feminina se aproxima, a falta de incentivo, igualdade salarial e de direitos é uma das reivindicações principais das jogadoras e de quem acompanha.
Mas nos últimos anos, mesmo que de forma lenta, a modalidade vem progredindo e ganhando mais espaço, mais investimentos e até mesmo cobertura da mídia de massa, o que tem despertado o interesse de mais pessoas e principalmente das próprias atletas que lutam para conseguirem se profissionalizar e ter um salário digno.
Seleção Feminina Brasileira de Futebol / Imagem: reprodução da internet
Este ano a competição promete ser uma das maiores da história e, dentro desse contexto histórico e na tentativa de dar ainda mais visibilidade ao torneio, a ministra do Esporte, Ana Moser, durante uma visita no treino da seleção brasileira anunciou que vai solicitar que nos dias dos jogos do Brasil, seja decretado ponto facultativo no país.
O anúncio foi feito ao lado do presidente Lula que também acompanhou a visita. Vale ressaltar que isto [ponto facultativo] já acontece nos jogos da seleção masculina durante a copa. Normalmente os órgãos públicos federais, estaduais e municipais adotam essa prática.
A ideia ainda será analisada visto que o torneio será realizado na Austrália e na Nova Zelândia e, com a diferença de fuso horário entre os países e o Brasil, sendo entre 13 e 16 horas, os jogos da seleção seriam, na primeira fase, dois jogos às 7h e um às 8h, os demais jogos estão previstos para acontecer entre 22h e 7h, dependendo da classificação do Brasil.
Maria Eduarda Barreto Ribeiro, de 20 anos, acadêmica da Universidade Estadual do Pará - UEPA, do curso de Educação Física, natural de Oriximiná, destaca sobre a importância dessa maior visibilidade do futebol feminino.
“O futebol é um esporte que cativa milhões de pessoas ao redor do mundo, e seu alcance e impacto são inegáveis, porém, por muito tempo, o futebol feminino enfrentou desafios em termos de reconhecimento, apoio e visibilidade. Felizmente, nos últimos anos, vimos uma mudança significativa nesse cenário, uma delas é que em dia de jogos poderá ser facultativo igual ocorreu no futebol masculino na última copa, além de ser transmitido por emissoras de grande renome no país e fora dele, isso é de um avanço significativo para nós que jogamos e sentimentos na pele a descriminação e a falta de voz e visibilidade no esporte”.
Maria Eduarda, atleta da seleção da Uepa / Foto: arquivo pessoal
Eduarda também faz parte da seleção da Uepa e pontua a grandeza deste evento e o que ele representa principalmente para as mulheres jovens que sonham em um dia se tornarem jogadoras profissionais.
“A cada quatro anos, temos a oportunidade de testemunhar o talento, a paixão e a essência das melhores jogadoras do mundo. Esse evento esportivo se tornou uma plataforma para destacar não apenas as habilidades das atletas, mas também a importância de promover a igualdade de gênero e o empoderamento feminino através do esporte”.
É importante frisar que essa mobilização não deve acontecer apenas quando tem a Copa do Mundo Feminina, é necessário que este trabalho continue sendo realizado durante os intervalos da copa. Caso o governo aceite o pedido da ministra, poderão ser concedidos até 7 pontos facultativos entre julho e agosto se a seleção chegar na final da Copa.