No dia 20 de outubro (sexta feira), pela parte da manhã, comunicadores locais e membros da sociedade civil estiveram presentes na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR), para capacitação e aperfeiçoamento sobre táticas e estratégias que garantam sua segurança digital. O Evento foi promovido pelo Tapajós de Fato, juntamente com Repórteres Sem Fronteiras, Instituto Clima e Sociedade (iCS), Fundo Brasil de Direitos Humanos, Fundo Casa Socioambiental, HIVOS, Escola de Ativismo, e o STTR.
A segurança digital desempenha um papel fundamental em nossa vida cotidiana, haja vista que tornamos cada vez mais dependentes da tecnologia. Ela aborda sobre práticas e medidas tomadas para proteger nossos dados, informações pessoais e sistemas de ameaças cibernéticas. A importância da segurança digital não pode ser subestimada pois esta é quem garante a proteção e privacidade dos nossos dados, garantindo a formação de uma estrutura digital segura e de confiança.
Dessa forma, o Tapajós de Fato promoveu a oficina com intuito de instruir as pessoas atuantes na comunicação local e dos membros dos movimentos sociais, que trabalham na luta e divulgação de questões do território, muito de suas vezes sensíveis e que comprometem a segurança pessoal do comunicador, pois atingem grandes esquemas que desejam o anonimato.
Sobre o evento
Em entrevista, o Cofundador do Tapajós de Fato, Marcos Wesley, comentou sobre o evento e a importância deste para os participantes.
“Nos últimos 6 meses, o contexto de defensores de direitos humanos ameaçados no oeste do Pará tem crescido muito, tornando quase rotina a gente receber denúncias e notificações dessas ondas de ameaças. E por conta disso, a partir de conversas com organizações parceiras, o Tapajós de Fato puxou essa conversa sobre segurança, sobre como denunciar o que tem acontecido nos territórios, sobre como continuar comunicando o cotidiano amazônida, mas em segurança. E isso culmina na realização da atividade na manhã desse dia 20, para que consiga ter o diálogo e conversa entre os coletivos, quais estratégias podem e devem estar presente no dia a dia, pra facilitar o processo de denuncia e defesa do território, completamente alinhados as narrativas de sobrevivência, tendo em vista que quando se faz a denúncia de alguma situação rotineira no território, muitas vezes nos comprometemos e comprometemos pessoas próximas, então saber quais as estratégias que podem e devem ser aprofundadas, para que essas situações não aconteçam é vital.”
Em entrevista, Luisa Coelho, integrante da Escola de Ativismo comentou sobre a importância do evento e como a Escola trabalha essa conscientização e ensinamento sobre a segurança digital. Durante a oficina, a Escola trouxe a explicação sobre segurança digital de forma prática:
“A ideia é provocar perguntas usando ferramentas, como teatro do oprimido e diálogos abertos, para aproveitar essa diversidade de pessoas, criando uma troca de ideias usando e lembrando os diversos recursos existentes. Nesse momento inicial era abrir, fazer trocas, observar as potencialidades a partir das histórias dos participantes, para mexer o “caldo” e criar ideias novas sobre o assunto”.
Em conversa com Ingrid Sabrina, coordenadora nacional da Pastoral da Juventude Norte 2, ela comentou sobre a importância da oficina para as pessoas que buscaram esse aprendizado sobre a segurança digital:
“A proposta de falar sobre segurança digital, segurança física, toda essa articulação presenciada no dia de hoje é uma estratégia de sobrevivência. Eu vejo como estratégia não só de construção política ou de futuro, mas sim de defender a nossa vida como representantes de movimentos socias, que são alvos das grandes empresas, grandes movimentos que são contra os direitos humanos. E quando a gente percebe que não estamos sós nesses espaços e que conseguimos fazer essa união, criamos uma estratégia de defesa.
Por mais que tenha sido apenas um dia, esse trabalho gera um certo impacto, pois conseguimos iniciar a educação popular mais detalhada, construindo um sistema baseado no bem viver”.