III Encontro Cidades da Amazônia e do Brasil: um debate em busca de meios de adaptação às mudanças climáticas e sobre direito à cidade

O evento traz à tona reflexões ante a crise climática que vivemos e que pedem medidas urgentes de transformação socioambiental e adaptação a essas mudanças do clima.

09/04/2024 às 15h13 Atualizada em 01/06/2024 às 16h03
Por: Conce Gomes Fonte: Tapajós de Fato
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Foto: Tapajós de Fato
Foto: Tapajós de Fato

O Encontro das Cidades da Amazônia e do Brasil é um espaço de diálogo e debate sobre núcleos urbanos e como construir uma agenda mais sustentável a partir da população para o protagonismo das soluções. E, aconteceu na capital do Pará, Belém, a terceira edição realizada pelo Laboratório da Cidade.

Em seu terceiro ano de evento, o encontro teve como foco em seus debates a adaptação das cidades às Mudanças Climáticas e diálogo acerca desses processos de adaptação, Direito à cidade e Amazônia Urbana.

No primeiro dia de evento houve o credenciamento dos participantes e a mesa de abertura contou com a presença de Úrsula Vidal (Secult-Pa) e representantes do ICS e do LdC iniciando a programação do evento e dando abertura às mesas de debate.

O evento traz à tona reflexões ante a crise climática que vivemos e que pedem medidas urgentes de transformação socioambiental e adaptação a essas mudanças do clima. O Tapajós de Fato conversou com Taynara Gomes, gerente de projetos do Laboratório das Cidades e mediadora de alguns painéis da programação, que falou sobre a importância e a contribuição do evento para a cidade.

“Eu acho que esse evento contribuiu bastante no sentido de promover o diálogo, né? De facilitar o acesso a informações que muitas vezes não chegam na população de maneira geral na sociedade civil, no cidadão ou quando chega não chega de maneira muito complexa. Então eu acho que fazer essa ponte de intermediação entre esses temas e o cotidiano e lá na ponta quem está no chão quem está se mobilizando se engajando é fundamental. E eu acho que outra questão também é criar um processo mais participativo de mobilizar pra que todo mundo se engaje nessa agenda, consiga se articular, consiga incidir politicamente estrategicamente principalmente numa conjuntura onde Belém e Amazônia vai sediar a conferência temática em dois mil e vinte e cinco. Então eu acho que isso é muito importante. Eu acho que o evento contribuiu também muito e pautou muito a questão do repertório. A gente conseguir olhar pra agenda climática a partir de um repertório muito local também. E não apenas reproduzir um repertório externo que muitas vezes nos é imposto, mas olhar pras soluções e inovações que já acontecem no nosso território e a partir daí sim conseguir propor criar soluções que façam muito mais sentido pro nosso contexto, pra nossa população e as cidades amazônicas conseguirem protagonizar esse debate, protagonizar esse repertório, esse portfólio no contexto e a agenda não só nacional mas global também”.

Foto/Laboratório da Cidade

Sobre os desafios de realizar eventos como esse, nossa equipe conversou também com Jade Jares, Arquiteta e urbanista, e Coordenadora do Encontro Cidades.

“Acho que um dos maiores desafios é sempre a curadoria do evento, que pensamos em equipe no lab da cidade, mas tentamos sempre não fugir do tema geral do evento, e do intuito de manter um roteiro crescente nesses três dias de Encontro. Como pensamos em um evento para todos os públicos, entendemos a necessidade de termos uma linguagem que abranja todas as pessoas, e conseguir cumprir isso com os painéis sem dúvida é o maior desafio. O nosso objetivo é fazer um encontro entre da sociedade civil, parceiros, estudantes e profissionais especializados no assunto, e dialogarmos e debatermos sobre melhores formas de vivermos em nossas cidades pensando  nas adaptações climáticas, principalmente as cidades amazônicas, e nesse encontro especificamente, visando estarmos em um momento pré cop30 na cidade, montarmos juntos essa agenda, entendendo nossas demandas, pra conseguirmos exigir e levar pra cop, entendendo de que forma conseguimos participar da cop e levar essas demandas para as negociações. Para de fato conseguirmos ter um legado da cop para nossa cidade".

Foto/ Reinan Teixeira

Houve também durante o evento, amostras de projetos do Hackatona com ênfase em “Adaptação às Mudanças Climáticas", atividades paralelas diversas, entre elas “Cobertura COP30" com participação de Isabelle Maciel, editora-chefe do Tapajós de Fato, e a apresentação do Comitê COP30 composto por Tapajós de Fato, Mapinguari, Mandii e LabCidades reforçando a importância do protagonismo da sociedade civil da Amazônia.

Isabelle Maciel e Catarina Nefertaria em debate sobre cobertura da COP 30 - Foto: Tapajós de Fato
Marcos Wesley, cofundador do TdF, no lançamento do Comitê COP 30 - Foto: Tapajós de Fato

E encerrando com vivências na prática para que cada vez mais a sociedade civil possa refletir e entrar na busca de encontrar meios que possam solucionar as situações adversas das Mudanças Climáticas, e que da Amazônia para o mundo se possa ecoar ideias e propostas inovadoras inspiradas na vivência em harmonia com a natureza, que amenizem o sofrimento, as desigualdades e os impactos da Crise Climática enquanto ainda há tempo.

 

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