Projeto Puxirum promove intercâmbio entre organizações de comunicação na Amazônia

O projeto teve início no TechCamp 2023, evento promovido pela Embaixada dos Estados Unidos e pelo laboratório de jornalismo ÉNois, onde organizações de diversas partes do Brasil puderam trocar experiências e receber mentorias.

12/06/2024 às 13h52
Por: Tapajós de Fato Fonte: Ascom Puxirum
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Foto divulgação
Foto divulgação

Puxirum é um intercâmbio virtual de comunicação popular e colaborativa entre organizações de territórios amazônidas. Desenvolvido a partir de um processo de formação baseado na interação e colaboração organizacional, identificando metodologias de gestão que possam ser aplicadas em suas respectivas instituições, realizado virtualmente, por meio de plataformas de videoconferência ou aplicativos de comunicação.

O projeto tem como objetivo catalogar e valorizar saberes ancestrais e metodologias de gestão de diversos coletivos e redes socioculturais de comunicação e sustentabilidade amazônida e periférica. A partir de três encontros virtuais, os intercâmbios de formação contaram com a participação de comunicadores populares e profissionais de organizações comprometidas com a democratização da comunicação e sustentabilidade em seus territórios.

Mobilizadores de juventude e jovens amazônidas, as organizações estreitaram laços durante o evento TechCamp 2023, onde o Puxirum foi idealizado. Com cinco organizações (Negritar produções, Na Cuia, Maré Cheia, Rondon Oficial e Tapajós de Fato) o projeto se desenhou a partir da experiência organizacional de cada coletivo, a partir desse diálogo foram identificados temas comuns sobre as necessidades de cada organização para assim as atividades darem início.

Puxirum e a Conferência das Baixadas

Como primeiro momento de mobilização o projeto esteve presente do painel online  “Fortalecimento Institucional e Sustentabilidade das Organizações e Coletivos de Comunicação Periférica no Combate à Desinformação Socioambiental na Amazônia” durante a Segunda COP das Baixadas

Durante o painel, foi explorada a importância do acompanhamento de atividades, aprendizado e do cuidado coletivo na abordagem dos desafios enfrentados em projetos na interseção entre informação e socioambiental. Destacando a necessidade de uma abordagem comunitária, impulsionada pelo poder compartilhado e pela equidade em todas as etapas do processo. Além disso, foi analisado como uma lente de equidade pode informar todas as decisões e ações na construção de coalizões e fundos de financiamento, garantindo que as vozes e perspectivas das comunidades de margem sejam devidamente consideradas.

O debate também falou sobre a importância da adaptabilidade e do aprendizado contínuo para enfrentar os desafios da sustentabilidade organizacional a longo prazo.

A 2° Conferência das Baixadas ocorreu nos dias 15 e 16 de forma online no canal do Youtube e, no dia 17 de março, presencialmente na Escola Bosque, na Ilha de Caratateua, Distrito de Outeiro. A Conferência das Baixadas, popularmente conhecida como “COP das Baixadas”, é um espaço de discussão, planejamento e de protagonismo das periferias em espaços e fóruns de construção de políticas públicas a partir da união de atores, coletivos e organizações de base comunitária das periferias amazônicas, sobretudo de Belém, cidade sede da 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Intercâmbios virtuais e formações para o desenvolvimento profissional

O projeto iniciou oficialmente com a Roda de Conversa sobre Tecnologia de Comunicação Popular e contou com a participação de diversas produtoras amazônicas, o espaço possibilitou a troca de experiências sobre atuação e sustentabilidade destas organizações em seus territórios e com as demais convidadas.

No segundo momento as organizações tiveram uma Mentoria em Desenvolvimento Organizacional e Colaborativo onde foi possível, através de atividades interativas, identificar e refletir sobre as principais problemáticas envolvidas na gestão e execução de projetos de cada organização.

No último encontro online sobre Estratégias de Sustentabilidade Financeira  para coletivos de comunicação Popular, as organizações puderam tirar suas dúvidas sobre a formalização tema de suma importância quando abordamos coletivos, institutos, movimentos e outras organizações civis na Amazônia. Além de suscitar o debate sobre financiamentos e  a dificuldade em acessar editais sendo das regiões Norte e Nordeste do país.

Além dos encontros, o projeto produziu questionários com a finalidade de fazer um breve diagnóstico sobre o estado das organizações participantes. Este diagnóstico produziu dados que foram transformados em uma cartilha informativa “Fortalecendo e desenrolando os Corres de Gestão para organizações de Comunicação Periférica e Amazônica”.

Foto divulgação da cartilha “Fortalecendo e desenrolando os Corres de Gestão para organizações de Comunicação Periférica e Amazônica”

A cartilha tem como objetivo promover o diálogo e a cooperação entre diferentes organizações que atuam na região, com dados e informações organizados em linguagem acessível para que exerça seu papel pedagógico e informativo. Assim compartilhando fatos relevantes que possam ajudar outros coletivos, comunicadores populares, movimentos e demais organizações de comunicação na Amazônia.

A cartilha tem um papel fundamental na promoção da sustentabilidade organizacional, ajudando a preservar os saberes ancestrais das organizações e promover o desenvolvimento das organizações locais.

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