Quinta, 05 de Dezembro de 2024
Território Seca

Campanha de arrecadação de água potável busca soluções imediatas para o povo da aldeia Mapirizinho que enfrenta crise hídrica, em Santarém 

Nesse momento, se destaca a urgência de mobilizar toda ajuda possível para manter as famílias e a escola da aldeia com acesso à água potável até que o sistema de abastecimento seja restabelecido.

12/11/2024 às 16h08
Por: Conce Gomes Fonte: Tapajós de Fato
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Arquivo pessoal
Arquivo pessoal

A aldeia Mapirizinho, que está situada à margem esquerda do rio Tapajós, tem enfrentado uma grave crise hídrica, o que tem gerado preocupação e problemas para todos da aldeia. A viagem de barco para a aldeia tem duração de cinco horas em tempos de cheia, durante a seca, esse tempo se estende, e a caminhada até a aldeia se torna mais longa, pois a beira do rio ganha uma extensão ainda maior, sobretudo nesta estiagem de 2024 que é a maior registrada nas últimas décadas.  

A crise hídrica alarmante na aldeia é preocupante. O baixo nível dos rios devido à grande estiagem, fez com que as águas dos igarapés também secassem, deixando a aldeia mais vulnerável. A aldeia Mapirizinho é uma das aldeias mais distantes da margem do rio, assim, enfrenta maiores desafios para receber apoio regular.

A aldeia depende de água encanada de outra comunidade próxima, com o nível extremamente baixo do rio, o funcionamento da bomba excedeu o limite forçando- a, o que ocasionou uma rachadura, interrompendo completamente o abastecimento de água para a aldeia Mapirizinho. No momento os moradores aguardam uma nova bomba d’agua para o poço, e até que seja instalada, a aldeia permanece sem água.

Os barcos não param na beira do rio devido a seca, e ficam distantes, as pessoas descem do barco no meio do rio e pegam as bajaras (pequenas embarcações) para então chegar na beira do rio, daí percorrem uma longa caminhada até a estrada, em seguida caminham por mais vinte (20) minutos até a aldeia Mapirizinho.

Foto/ extraída do vídeo feito por Waltinho Kumaruara

Nesse momento, se destaca a urgência de mobilizar toda ajuda possível para manter as famílias e a escola da aldeia com acesso à água potável até que o sistema de abastecimento seja restabelecido.

Entrevistamos Lívia Kumaruara, Vice- Coordenadora Geral do Conselho Indígena do Território Kumaruara- CITK que nos falou da campanha de mobilização e arrecadação de água para a aldeia Mapirizinho.

Foto/ João Albuquerque

“A situação na aldeia Mapirizinho continua alarmante. Na última sexta-feira, dia 8 de novembro, conseguimos realizar uma entrega emergencial de água potável com o apoio da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, do Projeto Saúde e Alegria, da Prefeitura de Santarém e da SESAI. Infelizmente, esse abastecimento foi rapidamente consumido, e agora estamos em nova campanha para arrecadar mais , garantindo apoio até que uma solução definitiva seja alcançada. Estamos buscando a possibilidade de uma ação de saúde lá por causa das doenças que tem aparecido nas crianças e adultos, temos o medo da situação se agravar. Agradecemos a todos que puderem se unir a essa causa e ajudar a garantir a dignidade e a saúde do povo Kumaruara”.

Foto/ Professora Rosy Kumaruara

A Campanha Solidária Doe Água, Doe Vida vai se estender até que a nova bomba seja instalada e o abastecimento de água para a aldeia seja restabelecido garantindo a segurança, a saúde, a vida e o bem estar do povo Kumaruara da aldeia Mapirizinho.

Informações para quem deseja ajudar na campanha 

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