Quinta, 05 de Dezembro de 2024
Reportagem Especial Retomada

Feira da Produção Familiar do Baixo Amazonas é retomada após doze anos, em Santarém (PA)

A Feira da Produção Familiar da Amazônia (FEPAM) retorna com programação cultural, capacitações técnicas e a valorização de práticas sustentáveis ​​como resposta à crise climática.

19/11/2024 às 12h59
Por: Marta Silva Fonte: Tapajós de Fato
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João Paulo - Tapajós de Fato
João Paulo - Tapajós de Fato

Aconteceu nos dia 15, 16 e 17 a 13ª edição da Feira da Produção Familiar da Amazônia (FEPAM), na Praça São Sebastião, em Santarém (PA). Com uma mega programação, a realização dos três dias de feira marcou a retomada de um dos eventos mais relevantes para o fortalecimento da agricultura familiar e da sustentabilidade na região do Baixo Amazonas.

Realizado pela parceria de diversas instituições governamentais e não governamentais, o evento foi coordenado pelo Centro de Estudo, Formação e Pesquisa dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Baixo Amazonas (CEFTBAM).

Realizada durante os dias 15, 16 e 17 de novembro, a feira tem sua retomada discutindo produção familiar e justiça climática/ Foto João Paulo (Tapajós de Fato)

Produção Familiar e Justiça Climática

Com o tema “Produção Familiar e Justiça Climática”, o evento buscou ressaltar o papel estratégico da agricultura familiar na segurança alimentar e no combate às mudanças climáticas. 

A produção sustentável de óleos essenciais como copaíba, andiroba e cumaru é uma das apostas para preservar a floresta em pé e garantir renda para as comunidades locais.

Produção sustentável de óleos essenciais , retirados da floresta, são apostas econômicas na garantia de renda para as comunidades/ Foto Jõao Paulo (Tapajós de Fato)

Para os organizadores, a FEPAM foi neste três dias “um espaço de troca de experiências, onde os produtores puderam mostrar o potencial das práticas sustentáveis ​​enquanto dialogavam diretamente com os consumidores”.

Além disso, a FEPAM apresentou para a sociedade o potencial da produção familiar da região Oeste do Pará, no fornecimento de alimentos e essências da natureza, produzidos de forma sustentável a partir da floresta em pé.

Produtores rurais do Baixo Amazonas vêm na feira um momento potencial de apresentar aos consumidores comida de verdade, produzida a partir da terra, produtos de qualidade e sem veneno/ Foto João Paulo (Tapajós de Fato)

Programação cultural

Além dos estandes com alimentos, artesanatos e cerâmicas, a feira promoveu workshops formativos para produtores e estudantes do curso Pronera, parceria entre UFOPA e INCRA. 

A presença da EMATER e de instituições de ensino ampliou a qualificação e a troca de conhecimentos técnicos com os agricultores”, destacou João Paulo, responsável pela comunicação da feira.

Durante a feira foram realizados momentos formativos em parceria com a Emater, Incra, Embrapa e Ufopa/ Foto João Paulo (Tapajós de Fato)

Na esfera cultural, o evento contou com apresentações de teatro e de produções audiovisuais sobre a realidade da Amazônia, promovendo a conexão entre tradição e inovação. 

Bem como, contou com shows regionais, com a participação de artistas locais como as cantoras Dona Cleide Vasconcelos e Priscila Castro, e das bandas Caldo de Piranha e Chá de Carimbó, que abrilhantaram ainda mais o evento e fizeram a festa para os participantes da feira.

Cantora Priscila Castro cantando acompanhada da banda Caldo de Piranha/ Foto João Paulo (Tapajós de Fato)

Impacto econômico e ambiental

Após um hiato de 12 anos, a FEPAM volta com o objetivo de reposicionar a produção familiar como motor da economia regional. 

Para o Centro de Estudo, Formação e Pesquisa dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Baixo Amazonas (CEFTBAM), a feira também serve para alertar sobre os impactos da crise climática, como a seca dos rios e a redução na oferta de alimentos.

Os estandes comercializavam produtos alimentícios, artesanato, óleos, produtos regionais e plantas/ Foto João Paulo (Tapajós de Fato)

O evento reafirma a importância da produção local para a sustentabilidade ambiental e econômica, ao mesmo tempo em que oferece ao público a chance de consumir produtos de alta qualidade e conhecer as histórias por trás deles.

A feira não apenas celebra as tradições amazônicas, mas também propõe uma reflexão urgente: a justiça climática começa com escolhas conscientes e o fortalecimento das práticas sustentáveis ​​nas comunidades locais.

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