Ufopa e Tapajós de Fato criam projeto Escola de Comunicação Popular do Oeste do Pará

A Escola de Comunicação Popular do Oeste do Pará é um projeto inédito na região Oeste do Pará, nascendo a partir da parceria entre a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), por meio da Pró-Reitoria de Cultura, Comunidade e Extensão (PROCCE), e o veículo independente de comunicação Tapajós de Fato.

Estruturado em módulos, o curso terá duração de oito meses, com um total de 160 horas. Cada módulo terá a duração de um mês, dividido entre aulas presenciais e plantões on-line para acompanhamento e tira-dúvidas. Serão abordados temas como redes sociais, texto jornalístico, fotografia, vídeo, segurança digital, rádio, design gráfico, entre outros elementos essenciais para o bom desempenho de comunicadores populares nos territórios. Ao todo,  serão abertas 40 vagas para pessoas da comunidade interna e externa da UFOPA.

Com a missão de fortalecer a comunicação popular na região, a Escola será guiada a partir das experiências do jornal Tapajós de Fato, que surgiu no ano de 2020 com o objetivo de ecoar as realidades vivenciadas pelos povos do Tapajós, e ao longo desses anos além, do trabalho de informar, também desempenha o papel de formar comunicadores a partir de atividades de educomunicação realizadas em diversos territórios, como aldeias, assentamentos, resex, entre outros.

“A gente, enquanto veículo de comunicação, ao longo desses anos de atuação, sempre valorizou e ecoou o trabalho dos comunicadores populares dos diverso territórios, e como uma forma de potencializar as suas ações, nós passamos a fazer formações em comunicação popular, indo para as comunidades para fazer uma troca de saberes entre a nossa equipe e jovens que fazem essa comunicação comunitária. E, agora, com a Escola, e tendo bastante experiência nesse sentido de formação, vamos poder ampliar ainda mais essa experiência de fortalecer a comunicação como ferramenta de luta e resistência”, pontua Isabelle Maciel, editora-chefe do Tapajós de Fato.

As aulas presenciais ocorrerão uma vez por mês, nas manhãs de sábado, e serão ministradas pela equipe de comunicadores populares do jornal Tapajós de Fato, que é formada por pessoas que são da Amazônia, assim reforçando a importância de uma comunicação feita por pessoas locais que também vivenciam as realidades noticiadas.

Além de preparar novos comunicadores populares na região Oeste do Pará, um dos principais objetivos é fortalecer a educação climática entre a população local, promovendo o protagonismo na busca por soluções para enfrentar os desafios climáticos. "A região tem sofrido duras consequências devido às mudanças climáticas e, ainda assim, a circulação de notícias falsas sobre o clima dificulta o entendimento por parte da população. A expectativa é que tenhamos mais pessoas produzindo informações verídicas e fortalecendo o entendimento da população sobre os problemas climáticos no Oeste do Pará", afirma João Paulo Serra, coordenador de projetos do Tapajós de Fato.

Para proporcionar maior contato dos participantes com a rotina da produção de notícias, além das aulas, o projeto contará também com a “Redação Itinerante”, onde a redação do jornal Tapajós de Fato funcionará na UFOPA. Os participantes poderão atuar na produção de conteúdos para o site tapajosdefato.com.br, criar materiais para as redes sociais, visitar os estúdios e gravar conteúdos para a Web Rádio Banzeiro.

A Escola de Comunicação Popular do Oeste do Pará faz parte do Projeto Juventude Amazônida em Ação Climática, com apoio do British Council e do HSBC, por meio do programa Climate Skills Brasil - Sementes para a Transição.

O projeto também oferecerá duas bolsas no valor de R$ 700,00 cada, por um período de seis meses. O edital de seleção dos bolsistas será divulgado em janeiro de 2025.