Pedritchella 2025 celebra a cultura de aparelhagem em um retorno aos anos 80 e 90, com música, moda e diversidade em Alter do Chão (PA)

Festival une aparelhagem do oeste do Pará, protagonismo feminino e cultura LGBTQIAPN+ em uma experiência de resistência, arte e cultura amazônica.

17/04/2025 às 15h59 Atualizada em 17/04/2025 às 16h13
Por: Tapajós de Fato Fonte: Ascom Dj Pedrita
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Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

A terceira edição do Festival de Inverno Amazônico Pedritchella já tem data marcada. No dia 19 de abril (sábado), a comunidade do Caranazal, em Alter do Chão, será o centro de um encontro com ares de retorno às décadas de 1980 e 1990 que reunirá música, moda, gastronomia e resistência cultural que promete esquentar o período de chuvas da região.

Idealizado e organizado pela DJ Pedrita – a primeira mulher DJ de aparelhagem do oeste do Pará –, o festival busca celebrar e difundir a cultura de aparelhagem do oeste do Pará, promovendo um espaço de valorização da diversidade com protagonismo de artistas, produtores e fãs. Este ano, o Pedritchella tem como tema “1997: O Nascimento” que inspira a estética das décadas de ouro do tecnobrega paraense e das festas de aparelhagem.

“O festival acontece para a gente se fortalecer ainda mais nesse período de cheia e chuvas em Alter do Chão em que o Caranazal é mais visitado por conta do turismo da Floresta Encantada. Além de fortalecer a cultura local, queremos contribuir e fortalecer a economia local”, destaca Dj Pedrita.

Dj Pedrita na segunda edição do Pedritchella / Foto: arquivo pessoal

Mais do que somente um evento de música, o Pedritchella agrega questões como a sustentabilidade ao adotar práticas para minimizar os impactos ambientais e maximizar os benefícios sociais e econômicos para a comunidade local. Ações como o uso de embalagens biodegradáveis, coleta seletiva de resíduos sólidos e a economia circular terão espaço no Festival. 

Protagonismo feminino e cultura LGBTQIAPN+ em destaque

Este ano, o Pedritchella exalta a força feminina amazônida com participação de artistas que se destacam na cultura local, como Priscilla Castro, Keila Gentil e diversas djs locais, como Thaty Cakes, Scarlet, Allana, Rah Roots.

Keila Gentil, vocalista da Banda Gang do Eletro, reforçou o papel de protagonismo que as mulheres possuem na cultura amazônica. “Eu acho que a gente tem aberto cada vez mais os caminhos para outras mulheres, assumindo nossas carreiras em um lugar também de responsabilidade social e fazendo música na Amazônia, que é uma região matriarcal onde as mulheres são fortes, poderosas e muitas vezes provedoras do seu lar”.     

Suraras do Tapajós no Pedritchella / Foto: arquivo pessoal

Outro ponto alto da programação será a valorização das expressões artísticas, políticas e culturais do movimento LGBTQIAPN+ com um mergulho na cultura Ballrooom Amazônica. Casas de Ballroom de Belém e Manaus trazem ao conhecimento do público santareno a resistência e acolhimento desse movimento que celebra a diversidade de gênero, sexualidade e raça. 

Inverno nas águas encantadas

Realizado durante o período de inverno amazônico, o Pedritchella impulsiona o turismo de base comunitária presentado neste período pelos passeios de barco pela Floresta Encantada, espaço natural e sagrado para a cultura local, e especialmente para a comunidade do Caranazal.

A programação inclui ainda mostras culturais com artistas da região em diversas linguagens artísticas. 

O festival Pedritchellla reafirma seu compromisso com a cultura local e fortalecimento da cena artística da região ao trazer para o protagonismo a diversidade da cultura amazônica, seus povos e comunidades.

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