Cerâmica Tapajônica e a preservação da história

Vasos, urnas funerárias e esculturas de barro são os principais artesanatos cerâmicos dos Tapajós e únicos vestígios materiais que restaram da história desse povo.

25/03/2022 às 10h52 Atualizada em 29/03/2022 às 11h33
Por: Tapajós de Fato Fonte: Tapajós de Fato
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Foto reprodução
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A cerâmica tapajônica é de fato o artesanato mais antigo do povo da região do Tapajós, alguns testes realizados nos EUA pela pesquisadora Anna Roosevelt, comprovam que foram produzidas há mais de seis mil anos, desde esse tempo os habitantes desta região já faziam peças como vaso de gargalo, vaso de cariátides e outros utensílios de suas necessidades.

 

As cerâmicas tapajônicas têm por características os elementos antropozoomórficos (mistura de corpos humanos e animais ) que exaltam a fauna brasileira.

 

A junção de argila e cauxixi (um tipo de esponja presente nos rios da região), promove na cerâmica artesanal características similares à porcelana como durabilidade e leveza.









Um elemento bem conhecido da arte e cerâmica Tapajônica é o Muiraquitã, que são utilizados como amuletos, símbolos de poder. Para além de toda a mística em torno do Muiraquitã, ele também virou peça comercial. 

 

 

Embora exista uma popularização da cultura e da peça do Muiraquitã, a cerâmica tapajônica em geral não tem a mesma valorização.

 

Outros elementos da cerâmica tapajônica de grande importância para história de Santarém e da região do Tapajós são os vasos e urnas funerárias. 

 



A equipe do Tapajós de Fato conversou com Patrícia Chaves, ceramista, e chefe da seção cultural no Centro Cultural João Fona. Ela nos contou sobre a exposição da exposição coletiva 4 elementos (17 de Março a 29 de Abril) em parceria com a secretaria de cultura de Santarém, na semana da arte que agrega os quatro elementos da arte local e diversos artistas podem expor seus trabalhos. 

 

Patrícia também conta que a procura pela arte e cerâmica tapajônica é feita mais por pessoas de outros locais do que da cidade. “A procura pela arte, e a visita ao museu é feita mais por pessoas de outras regiões do Brasil e até de fora do país do que por pessoas que moram na cidade”.

 

Patrícia finaliza dizendo que a exposição tem o objetivo de dar visibilidade a história da produção de arte local, e também aos artistas que produzem a cerâmica tapajônica e a partir delas contar um pouco da história da cidade e dos povos que aqui viviam. 

 

Fazer com que a cerâmica tapajônica e a arte local sejam popularizadas e reconhecidas é fazer com que a história dos povos que originaram essa região se mantenha viva na memória de um povo. 

 

A cerâmica tapajônica é original e diversificada em detalhes, fruto de uma sociedade cheia de cultura, história e riqueza.

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