Professores da rede pública do município de Belterra, região metropolitana de Santarém cobram o pagamento do Piso Salarial. O reajuste feito pelo governo federal em fevereiro de 2022 para a categoria foi de 33,24%, no entanto, o prefeito de Belterra pretende fazer reajuste de apenas 18%.
Heloíse Rocha, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Estado do Pará, Subsede Belterra (SINTEPP), conta ao Tapajós de Fato que nos dias 24 e 25 de março, cerca de 100 professores se reuniram no município para manifestar posição contrária a proposta do prefeito e cobrar o valor total do reajuste.
Segundo Heloíse, no dia 24 os professores realizaram “uma carreata, por volta das 16 horas, pelas principais ruas da cidade” e se concentraram em frente ao prédio da prefeitura.
A categoria considera que 18% é uma “proposta imoral” e não vão aceitar, a coordenadora conta que o Sindicato vem tentando negociar desde o mês de janeiro. Foi formado mesa de negociação, “depois foi formado uma comissão com professores também de fora do sindicato para conversar e na penúltima reunião dessa comissão a secretária [de Educação] falou que havia viabilidade”. Por conta do posicionamento da Secretária de Educação, os profissionais recuaram, “abrindo mão do retroativo de janeiro e fevereiro", negociando para receber mais adiante quando houvesse mais repasse do Fundeb.
Heloíse conta que há divergências de narrativas, pois a Secretária de Educação “informou que poderia pagar, que tem o recurso, porém, o prefeito Macedo disse que não pagaria por conta do índice de folha que iria aumentar” e então disse que pagaria apenas 18%. A situação indignou a categoria, “pois o recurso vem para pagar especificamente os professores, não se retira de um outro local”, disse Heloíse Rocha.
Segundo informações repassada pelo Sintepp, o prefeito fala que vai descontar nos pontos e “de forma ilegal, está contratando pessoas para colocar no nosso lugar”. O Sindicato conta ainda que a greve deixou de ser apenas dos professores, “ os pais estão do nosso lado, alguns pais não estão mandando seus filhos para as escolas em respeito e sabem que a nossa greve é legítima”. Alunos e pais também participaram da carreata realizada no dia 24 de março.
No dia 25 de março, cumprindo a agenda de greve, foi realizado um panelaço na frente da Prefeitura de Belterra e na tarde os profissionais se reuniram para produzir material para o próximo ato que deve ser realizado na segunda-feira, 28.
Após as manifestações, a Secretária de Educação “já sinalizou, marcando reunião com a categoria”. Heloíse Rocha finaliza contando que “os professores querem negociar para voltar o mais rápido possível para a sala de aula, porque a gente sabe que a greve é um caminho extremo e o que nos levou a isso foi o prefeito. Essa é a nossa luta, essa é a nossa pauta e é só ele sinalizar que vai pagar os 33,24% que a gente volta para a sala de aula”.
*Imagens, Acervo pessoal da entrevistada.