Iniciou na segunda-feira (25), a primeira edição da "Feira Cultural dos 13 Povos do Baixo Tapajós", em Santarém, Oeste do Pará. O evento promovido pelo Conselho Indígena Tapajós-Arapiuns (CITA) ocorre até o dia 27 de abril, e reuni trabalhos de indígenas e artesãos, mostrando o potencial cultural e econômico do segmento para centenas de pessoas.
Além da exposição dos trabalhos são realizadas apresentações culturais e venda de iguarias.
A Feira Cultural tem como objetivo destacar a diversidade, pois reúne artesãos de várias etnias da região, despertando aos participantes o interesse pela cultura indígena e a importância em se ter conhecimento no contexto da valorização da diversidade cultural.
A realização do evento também tem a finalidade de mostrar que as artes indígenas se revestem de particularidades expressivas e constituem a essência de sua própria humanidade.
A visitação e venda acontecem na sede do Cita até às 19h do dia. A estrutura, com os trabalhos de vários artistas artesãos, fica localizada na avenida Fernando Guilhon (entrando pela Ocupação do Juá).
Confira como foi a programação
Na segunda-feira aconteceu às 19h da noite o ritual e apresentação cultural, onde vários artistas se apresentaram, entre eles as Suraras do Tapajós. Na terça-feira (27) o dia continuou com exposições e vendas, jogos de arco e flecha e zarabatana, visitação das escolas e público em geral, exposição de material audiovisual do movimento indígena do Baixo Tapajós.
O Tapajós de Fato entrevistou Jacilene Sousa da aldeia Suruaca, que relata a importância da feira.
"A Feira vem trazer muita importância, porque é uma fonte de renda, e uma ajuda também, porque na aldeia às vezes a gente não tem como mostrar e expor nossos produtos, nossos trabalhos, então com a feira a gente veio mostrar nosso produto, e forma de expandir nosso trabalho”.
O Tapajós de Fato também conversou com Auricélia Arapiun, coordenadora do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns (CITA).
“A construção da feira é um sonho” afirmou Auricélia.
A coordenadora disse ainda, “nós já tentamos expor os produtos em outros espaços, e agora a gente construiu nosso espaço, na nossa sede com essa expectativa de fazer do espaço um local, de comercialização de produtos oriundos das aldeias, a gente precisa mostrar pra sociedade o que produzimos no territórios, nas aldeias, e fortalecer as aldeias economicamente para que eles possam ter uma ligação com o produtor e o consumidor, porque o que tem acontecido é que são os atravessadores que compram esse produto por preços muitos baixos”.
Auricélia disse ainda “uma outra razão para a realização da feira, e contrapor os grandes projetos de desenvolvimento, quando eles falam de desenvolvimento, a gente que mostra pra sociedade como desenvolver da nossa forma, sem agredir a natureza, sem destruir os igarapés e a floresta, isso também é um objetivo da feira, contrapor esses projetos de desenvolvimento que querem destruir nossos territórios", finalizou a coordenadora.