O dia 17 de maio é uma data importante para a comunidade LGBTQIA+, por representar uma grande conquista, pois foi no dia 17 de maio de 1990 que a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade do Código Internacional de Doenças (CID).
A luta por direitos é intensa, no entanto, os resultados ainda caminham a passos lentos, o preconceito enraizado nas estruturas da sociedade tira a liberdade dessas pessoas. Ter coragem para enfrentar a sociedade para viver e ser do jeito que deseja é um ato de resistência, pois o Brasil é o país que mais mata LGBTQIA+ no mundo.
Todo o peso do preconceito sobre a comunidade LGBTQIA+ traz vários problemas, principalmente psicológicos. Pensando oferecer apoio para essas pessoas na cidade de Santarém, um grupo de psicólogos de uma faculdade da rede privada de Santarém, realizaram uma atividade de acolhimento. As ações foram ofertadas neste domingo, 28, na Praça Barão de Santarém.
A psicóloga Rebeca Larissa dos Santos Marinho, fala do porquê a atividade foi realizada, “o mês de maio é o mês onde a gente comemora o orgulho LGBTQIA+ e onde a gente pode falar de várias pautas. É sobre a luta dessa população”.
Rebeca conta que recebe, em seu consultório, muitas demandas de violencias sofridas por gays, lésbica, homossexuais, travestis, transsexuais e issso causa muitos outros problemas. “A gente percebe um quadro muito grande, no nosso trabalho, que estas pessoas estão adoecendo simplesmente por conta da sua orientação sexual, sua identidade de gênero. Então essa atividade foi pensada nesse sentido, da gente fazer o movimento e aproveitar essa data e esse mês para que a gente possa se posicionar”.
A ação foi feita em parceria com a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO), e a Liga Acadêmica de Psicologia Clínica da Universidade. Para tornar um ambiente mais acolhedor, a equipe organizadora convidou artistas LGBT’s, cantores, violinistas e grupos de dança. Além das atrações culturais, foi oferecido escutas psicológicas e roda de conversa.
Rebeca conta ainda que esta atividade é uma retomada, a pandemia impossibilitou a realização nos últimos dois anos. A psicóloga conta ainda que muitos pacientes relatam que a violência se intensificou ainda mais com a pandemia.
A psicóloga fala ainda da violência e preconceitos sofridos pelos profissionais da saúde. Rebeca conta que é uma psicóloga LGBT e já sofreu com isso, “já estive nesse lugar”.
"A ação é pensada para ocorrer de forma anual, essa luta não deve ser apenas em maio e pode sim acontecer outras ações no decorrer do ano em outros formatos como, debate ou uma roda de conversa ou um grupo terapêutico. A gente pensa em outros formatos, mas esses são específicos e alusivos ao Dia Internacional do Combate LGBTfobia”, finaliza Rebeca.