Danças populares são diversificadas e trazem as culturas populares. Isto é, cada cultura desenvolve um aparato de danças que a caracteriza de acordo com suas influências de vidas passadas de geração em geração. Cada integrante possui a capacidade de contribuir para sua cultura e, consequentemente, para sua dança.
E assim vão evoluindo, se transformando, se modificando constantemente, de modo que essas danças possam caracterizar fortemente as culturas para seus povos.
Cada dança carrega em si um reflexo da vida de seus integrantes, logo, o que é dançado aponta sentidos implícitos e explícitos sobre suas necessidades, seus anseios, suas perspectivas, seus ideais, suas religiosidades, etc.
Se olharmos para os povos mais antigos, a dança sempre esteve presente em ritos fúnebres, cortejos, celebrações religiosas, comemorações, etc. Assim foram surgindo cada uma a seu tempo e a seu modo, as danças populares.
Com o tempo, as populações foram crescendo, as culturas foram cada vez mais se misturando e as danças foram sofrendo alterações de acordo com o que cada povo ou cada integrante de cada povo deu aquela dança.
Ao pensar nessa expansão, talvez a dança pudesse ser esquecida ou abandonada, mas na verdade o que se tem são danças completamente modificadas de acordo com essas influências.
No Brasil existem várias danças populares, as mais conhecidas são Axé, Bumba meu Boi, Carimbó, Ciranda, Coco, Forró, Quadrilhas, Xaxado, e inúmeras outras que embalam multidões.
O mês de junho chegou e com ele muita alegria, pois é a volta das apresentações em todo o Brasil, como carimbó e quadrilhas, entre outras danças populares na região. As festas juninas são comemoradas durante todo o mês, de 1 a 30 de junho, em honra a três santos populares: Santo Antônio, São João e São Pedro.
O Tapajós de Fato conversou com Rosana Adriele Campinas, coordenadora do grupo humorístico Bofes e Babados de Santarém.
“O grupo foi fundado em 2000, por um grupo de amigos, com o objetivo que trazer qualquer pessoa, sem descrição de cor, raça, sexo ou religião, visando chamar os adolecentes pra que no mundo eles não possam estar em coisas ruins, que o mundo oferece”, relata Rosana Adriele.
2022 marca a volta das danças populares depois de dois anos que a pandemia chegou no país, será o retorno juninho nas quadras, ruas e também em escolas de Santarém. Sobre o assunto, a coordenadora comenta: “No começo foi um pouco difícil, tínhamos muito medo, mas a gente sempre incentivou eles a se vacinarem, tomarem todas as doses, a gente tava com muita saudades de dançar um São João, esse ano vamos matar essa saudade”.
A expressão cultural é levada para o público com temas da atualidade, e que a sociedade pode assistir através das danças.
“Todos os anos a gente trabalha em temas da atualidade, já falamos sobre a violência contra mulheres, e esse ano o tema vai ser ‘Plantando amor no São João’. Levar mais amor, mais humanidade, pois o que a gente ver que tá faltando amor entre as pessoas, para plantarmos amor através da dança”.
Sobre as festas populares, sua importância e o atual cenário do país, onde o Presidente da República vetou a lei de incentivo à cultura, afetando assim até mesmo os grupos de danças de Santarém, Rosana comenta.
“Na verdade o Brasil é um país que respira cultura, só precisamos ter mais valor, pelos nossos governantes, pois nossa classe sofre muito com esse descaso, para colocar um grupo para se apresentar a gente tem que fazer feijoada e tirar do nosso bolso para colocar nossa cultura na rua. E isso que nós estamos fazendo é um trabalho sociocultural com os adolescentes”, finalizou Rosana Adriele.
O grupo Bofes e Babados vai fazer sua primeira apresentação no dia 11 deste mês, com muito humor e alegria para o público santareno.