Eco-ansiedade: um mal atual e gritante sobre a crise climática

Crise climática e as sequelas psicológicas rodam o mundo apresentando quadros similares aos sintomas da ansiedade, depressão e síndrome do pânico e etc. Quais as causas e o que fazer?

03/06/2022 às 13h39 Atualizada em 18/07/2022 às 16h40
Por: Tapajós de Fato Fonte: Tapajós de Fato
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Foto reprodução
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Durante a pandemia de Covid-19, subiu expressivamente cerca de 25% os casos de ansiedade e depressão em todo o mundo, segundo publicação divulgada em março de 2022 pela Organização Mundial da Saúde – OMS, o fator é múltiplo e atinge mais jovens e mulheres. Esse dado colabora também com o que os cientistas chamam de Ansiedade Climática ou Eco-ansiedade.

 

Umas das raízes do problema, no contexto de pandemia, ainda é o isolamento social, medo de se infectar, gerando efeitos que contribuem para a solidão. Essa exaustão e estresse geram gatilhos para pensamentos suicidas. 

 

Estes gatilhos emocionais que acionam medos ou memórias antigas, também estão conectados com o reconhecimento da Associação Psicanalítica Internacional, sobre a mudança climática como uma grande ameaça à saúde global no século 21. Pois, o transtorno de eco-ansiedade tem sido pauta de muitas terapias nos consultórios de psicologia e psiquiatria no mundo. As pessoas têm apresentado quadros similares aos sintomas da ansiedade, depressão e síndrome do pânico, como principal consequência do estresse são as notícias sobre as mudanças do meio ambiente.

 

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Causas e o que fazer 

 

Como resultado do crescimento econômico e populacional desregulado, a temperatura da Terra subiu e a saúde da natureza caiu. Os últimos 6 anos foram os mais quentes já registrados, e a década 2011-2020 é a mais quente da história. O planeta Terra não está apenas esquentando, mas esquentando em velocidade rápida desde o surgimento dos primeiros ancestrais do ser humano.

Essa mudança do clima, ou melhor, a destruição da natureza, assusta a todos pelas consequências como aumento da temperatura, nível dos mares, desertificação de florestas que afetam os ciclos das chuvas, causando instabilidades ambientais e sociais que já afetam e afetarão o mundo. É difícil ver o mundo morrendo aos poucos, e esse sentimento é mais forte entre os jovens, causando ansiedade, pela falta de perspectiva de futuro ou pelo menos um futuro com qualidade de vida. Os sentimentos variam entre tristeza, medo e culpa.

   

A revista Psychology Today, esclarece que é um distúrbio psicológico bastante recente, que já afeta um número grande de pessoas que se preocupam com a crise do clima, entre os gatilhos são as notícias, imagens e vídeos de espaços naturais e espécies de animais desaparecendo. Entre os sintomas, podemos citar os seguintes: quadros leves de ansiedade, estresse, distúrbios do sono, nervosismo, etc

 

Como já analisado pela psicologia, a conexão entre a mente e o corpo pode ser facilitada pelo contato com a natureza, para meditar e relaxar. Como: brincar em árvores, banhar no rio, ou subir numa serra, têm efeitos positivos para o corpo e para o pensamento das pessoas, portanto, ao retirarem o direito de se apreciar e se conectar com a natureza num determinado futuro, gera um estresse.

 

No trabalho de Caroline Hickman, pesquisadora da Universidade de Bath, Reino Unido, que estudou a eco-ansiedade em crianças e jovens em dez países, entre países ricos e em desenvolvimento, foi notório o medo da perda de qualidade de vida nos próximos dez anos, ou seja, saúde, social e econômico, também mencionam a ausência de políticas dos governos para que alguma mudança seja feita para salvar a natureza.

 

O estudo também demonstra que é importante que os afetados pelo transtorno falem diretamente sobre esta ansiedade climática, buscando ajuda profissional e de rodas de amigos. É preciso encarar o desafio da crise climática de frente, assim como, não se culpar pelo futuro, porque as mudanças que podem ajudar o planeta começam agora, usar formas de regular os sentimentos para propor ações que reduzam a crise em favor do meio ambiente. 


É preciso concentrar os sentimentos e o psicológico em formas para sensibilizar o mundo na proteção do meio ambiente e preservação da vida, e enfrentar as ameaças que afetam o planeta, inclusive sendo crítico a governos que estimulam o modelo de destruição ambiental.

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