Nos últimos anos, intensificaram-se os debates políticos em torno da Amazônia, como sendo um espaço vazio demograficamente e com grande potencial exploratório de riquezas naturais. Com isso, essa região brasileira vem sofrendo com aumento nos índices de desmatamento, garimpos ilegais e demais ações predatórias ao meio ambiente.
Foto: Renato Araújo/ABr
A bancada ruralista ou Bancada BBB (boi, bala e bíblia), sempre esteve presente na Câmara dos Deputados, em Brasília. Contudo, ainda não havia sido vista uma bancada com tanto poder no congresso como é atualmente.
Parlamentares como esses acabam influenciando diretamente nas políticas de proteção ambiental da Amazônia. A maioria dos pacotes de veneno aprovados para o uso do agronegócio, por exemplo, foram sob pressão de parlamentares desta bancada.
Por isso, neste ano de eleição para os 5 cargos em disputa (Presidente, Senador, Governador e Deputado Federal/Estadual), diversas frentes surgiram para fortalecer a importância do voto em candidatos preocupados com a pauta ambiental e que tenham um amplo projeto de defesa e preservação da região amazônica.
A proposta é a de “amazonizar” a política votando em quem se proponha a defender os povos tradicionais que dependem da floresta e dos rios para viver. É também garantido a defesa desses mesmos povos para que continuem a defender a região da qual dependem, nesse ciclo contínuo de respeito e proteção à vida.
O Tapajós de Fato ouviu Heloise Rocha, coordenadora do Grupo Consciência Indígena (GCI) e Coordenadora Estadual do Sintepp, para ela “desde muito tempo, e então a gente pode pegar o marco histórico da Ditadura Militar, a Amazônia foi vista como um lugar não habitado, um espaço que deveria ser explorado, por não haver dono, mas há protetores, pessoas que convivem em harmonia com a natureza.”
Foto: Acervo Pessoal
De acordo com a coordenadora do GCI, é importante eleger parlamentares que são e estão na luta em defesa da Amazônia para ajudar a mantê-la viva, pois a Amazônia vem sendo vista apenas como um espaço de exploração dos recursos naturais, ainda de acordo com Heloise Rocha, esses traços de exploração dos seus recursos naturais de forma predatória são percebidos no “bolsonarismo”, ou em parlamentares bolsonaristas, que adotam essa conduta de desprezo juntamente com o Presidente da República em relação a preservação ambiental, desta forma, Heloise destaca que esse desprezo incentiva desmatadores, invasores, o uso de agrotóxicos, causando assim o envenenamento dos rios através do incentivo ao garimpo ilegal em terras indígenas.
Foto: Brasil de Fato
Heloise Rocha ressalta ainda que para frear essa política de devastação é necessário, “eleger uma bancada que defende a Amazônia, é a tentativa da manutenção de preservação da floresta e dos povos que nela vivem”. Para isso, ainda segundo ela, "hoje a gente precisa eleger e votar principalmente em deputados e deputadas comprometidos com essa causa, para a gente preservar o que ainda resta da Amazônia, mas fazer também uma política de reconhecimento como eleger deputados indígenas, quilombolas, ribeirinhos”.
Votar verde ou votar pela Amazônia nessas eleições deve ser um compromisso não apenas de quem reside em territórios indígenas ou áreas de proteção ambiental, com tanta liberação de garimpos, afrouxamento de punições para quem desmata, um congresso combativo é a solução para evitar o leilão da Amazônia para o agronegócio, que mostrou ser o maior interesse dos parlamentares das bancadas de direita, como é o caso da Bancada BBB.
Se essa é a última geração que pode salvar a Amazônia, devemos ser a geração que irá destituir políticos que usam seus cargos para financiar a destruição ambiental no Brasil.