Associação das Organizações de Mulheres Trabalhadoras do Baixo Amazonas (AOMT-BAM) realiza seu X congresso com o tema "Emancipação Feminina: um direito de todas"

“Nós somos fruto dessa emancipação quando a gente decidiu se organizar há 32 anos, para buscar melhorias na qualidade de vida, na saúde, na educação, na renda e, acima de tudo, na emancipação”, afirma a ex-presidente da associação.

18/07/2022 às 16h22 Atualizada em 04/08/2022 às 13h31
Por: Tapajós de Fato Fonte: Tapajós de Fato
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Foto: Tapajós de Fato
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Com o tema “Emancipação feminina: um direito de todas", a Associação das Organizações de Mulheres Trabalhadoras do Baixo Amazonas realizou seu X Congresso nos dias 15, 16 e 17 de julho, na sede da associação, localizada na cidade de Santarém. 

 

Durante do evento, que contou com a participação de mulheres representantes dos municípios do Baixo Amazonas, foram realizados debates sobre os eixos cultura, gênero, raça, religião e sexualidade a fim de buscar entender como a sociedade e seus mecanismo de poder funcionam para, então, propor ações que irão nortear o cronograma de atuação da associação, ajudando na inserção feminina em diferentes espaços, sejam eles públicos ou privados.

 

O evento contou com a participação de Lilian Braga, promotora de justiça do Estado do Pará e atualmente coordenadora do núcleo de promoção de igualdade etnico-racial que, em entrevista ao Tapajós de Fato, falou sobre suas percepções sobre o congresso.

 

“Participar do X Congresso da AOMT-BAM, é perceber, primeiro, que essas mulheres existem e resistem, que elas estão presentes no diálogo sobre a questão feminista, sobre a defesa de direitos das mulheres, das violências praticadas contra elas, no diálogo contra o racismo e imaginar que essa associação tem muito ainda a crescer, especialmemte porque ela congrega mulheres de todo o Baixo Amazonas” 

 

A promotora explica que a situação de violência doméstica e familiar ainda é um problema latente na região e que precisa ser urgentemente tratado. Ela vê na organização um grande potencial para isso, pois somente conectadas umas às outras a emancipação feminina e a garantia de direitos negados será possível.

 

“É muito importante estarmos reunidas e fazendo esse debate. Eu acredito que, a partir do compartilhamento das nossas experiências e saberes, nós vamos conseguir pensar em mecanismos que possam tornar a nossa emancipação e empoderamento reais”.

 

 

Para Cezarina Carvalho, ex-presidente da associação, a escolha pelo tema do congresso foi em alusão ao aniversário de 32 anos de organização.

 

“Nós somos fruto dessa emancipação quando a gente decidiu se organizar há 32 anos, para buscar melhorias na qualidade de vida, na saúde, na educação, na renda e, acima de tudo, na emancipação”.

 

Além disso, também foi feita a apresentação dos relatórios de atuação das associações e movimentos ligados à AOMT-BAM, bem como do planejamento e a realização da eleição da nova diretoria  com a nomeação de Lenivalda de Sousa (presidente), Maria Auta Amorim (vice-presidente), Normelia Maciel (Secretária geral), Maria da Silva (Segunda-secretária), Raimunda de Sena (Secretária de finanças), Maria de Aragão (segunda-secretária de finanças), Ariadne de Lima (Secretária de formação), Irene Pinheiro (segunda-secretária de formação), Rosimary Barbosa (Secretária de imprensa e divulgação), Dinanci de Albuquerque (segunda-secretária de imprensa e divulgação), Jocilaura Cavalcante (Secretária de apoio jurídico), Rana de Souza (Segunda-secretária de apoio jurídico), Lurdes de Oliveira (Conselheira fiscal 1), Pedriana Palma (Conselheira fiscal 2), Cleunalda de Lima (Conselheira fiscal 3), além de Maria Luzia dos Santos, Luciana Brito e Maria Zilda Sousa como suplentes do conselho fiscal na direção para o triênio 2022-2025.

 

A associação é apenas um dos meios que essas mulheres, lideranças que resistem ao machismo estrutural na nossa sociedade, encontraram para se colocarem nas discussões sobre seus próprios interesses, onde nas palavras de Lilian Braga, “a gente vê florescer uma força de mulheres no seio da Amazônia”.

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