Quarta, 19 de Março de 2025
Saúde Alerta

Sespa confirma primeiro caso de “varíola dos macacos” no Pará e investiga mais dois suspeitos

O primeiro caso é em um paciente de Belém, e os investigados são dos municípios de Parauapebas e Santarém.

03/08/2022 às 12h02
Por: Tapajós de Fato Fonte: Tapajós de Fato
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Lesões na pele são sintomas comuns em pacientes com a nova varíola(Divulgação / OMS / Imagem ilustrativa)
Lesões na pele são sintomas comuns em pacientes com a nova varíola(Divulgação / OMS / Imagem ilustrativa)

A população mundial ainda não conseguiu vencer a Covid-19, e já se depara com uma nova ameaça. Segundo o site ourworldindata.org, até o momento,  67% da população mundial recebeu pelo menos uma dose da vacina COVID-19.  Ainda passando por esse momento, já se depara com uma nova ameaça à saúde global, a varíola dos macacos, uma doença causada por um vírus do gênero Orthopoxvirus,

 

A Monkeypox, conhecida popularmente por varíola dos macacos, foi detectada pela primeira vez ainda na década de 70, em pelo menos 11 países do continente africano e até então era uma doença endêmica desses locais. Em entrevista à BBC, a virologista Clarissa Damaso, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que já dedica 35 anos de sua profissão a estudar os orthopoxvirus, uma família de agentes infecciosos da qual fazem parte o monkeypox e o causador da varíola humana, entre outros. Clarissa também é  assessora da Organização Mundial da Saúde (OMS) e integra comitês sobre a pesquisa e as políticas públicas relacionadas a esses agentes infecciosos.

 

A pesquisadora explica que mais cedo ou mais tarde a nova varíola  ocorreria. “A questão é que não damos atenção aos indícios que vêm dos países menos desenvolvidos", analisa. Segundo Clarissa Damaso, "os sinais eram claros: o número de casos vinha aumentando pouco a pouco. Primeiro, por meio do contato do ser humano com animais infectados em áreas silvestres. Depois, nas regiões próximas das cidades maiores". Além disso, com o processo de flexibilização das medidas sanitárias, muitas pessoas viajam para os locais onde o vírus  é endêmico, os casos começam a ser "exportados" para outros continentes com mais frequência e geram as cadeias de transmissão observadas nos últimos três meses.

 

No Brasil

O Ministério da Saúde confirmou 1.369 casos da varíola dos macacos até o dia 1º de agosto, no Brasil. Há casos confirmados em 16 estados,  e a maioria dos casos concentram-se na região sudeste do país, tendo o estado de São Paulo com mais de mil casos confirmados. Até o momento apenas uma morte foi confirmada, o paciente era de Minas Gerais, um homem de 41 anos, com quadro de imunossupressão.

 

No estado do Pará

O estado do Pará confirmou nesta terça-feira o primeiro caso da nova varíola. A notificação foi feita no município de Ananindeua, na região metropolitana, mas o paciente é morador de Belém.

 

Segundo a Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) de Belém, o paciente e todas as pessoas com quem teve contato estão em isolamento, fazendo o tratamento em casa. 

 

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o homem tinha "histórico de viagem recente para São Paulo e Rio de Janeiro", locais em que a doença já possui casos confirmados. 

 

A Sespa ainda informa que não há registro de transmissão comunitária do vírus no estado do Pará, no entanto outros dois casos estão sendo investigados, um no município de Parauapebas e outro no município de Santarém.

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de letalidade da varíola dos macacos foi de cerca de 3% a 6%; para a varíola humana maior, esse percentual chegava a 30%.

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