Estudantes, movimentos sociais, partidos políticos e sindicatos estiveram nas ruas, no dia 11 de agosto, dia do estudante, em forma de protesto contra o atual governo. O movimento faz parte de uma mobilização nacional com atos que aconteceram por todo o país.
Os manifestantes cobravam políticas públicas para a juventude, além de manifestarem descontentamento com o governo Bolsonaro.
A data simbólica é também uma resposta às últimas declarações de Bolsonaro que colocam em cheque a integridade e segurança das urnas eletrônicas, em uma clara tentativa de deslegitimar o resultado das eleições em seu favor.
Durante o ato, palavras de ordem pediam o fim do governo Bolsonaro e do bolsonarismo, acompanhadas pelo apelo a um governo que priorize a classe estudantil, os trabalhadores, as mulheres, a comunidade LGBT+ e tantas outras que, frequentemente, vêm sendo atacadas pelo atual presidente.
Para Renata Moara, atual presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), ocupar as ruas no 11 de agosto se constitui como a retomada de um calendário de lutas para 2022 que é um ano estratégico para as eleições.
“Esse 11 de agosto tem uma importância muito grande. A gente ocupa as ruas de todo o país e aqui de Santarém numa luta em defesa da democracia, por eleições livres e contra a violência política que, infelizmente, nós temos visto nos últimos anos uma crescente”.
Ela explica ainda que os movimentos sociais de Santarém já estão articulados com agendas até as eleições e cita as próximas atuações.
“A gente já tem aí uma outra agenda marcada que é o 7 de setembro, no ‘Grito dos excluídos’, onde a gente não vai permitir que os golpistas ocupem as ruas, porque as ruas sempre foram os nossos espaços de resistência histórica e vão continuar sendo até que a gente tenha, de fato, uma democracia radicalmente diferente do que nós temos hoje e que seja de verdade para toda a população brasileira”
Representando a classe docente, o professor Márcio Pinto, da Bancada da Educação, também esteve presente no ato. Em sua fala, ele explica a importância dos educadores na luta pela defesa da democracia.
“Nós, educadores e educadoras, temos um papel importante na construção histórica desse país. Então é fundamental que nós, profissionais da educação de modo geral, estejamos antenados com isso e saibamos da responsabilidade que temos de participar e de defender a nossa democracia. Porque sem democracia é muito difícil avançarmos na perspectiva de direitos”.
O professor também faz um apelo a população santarena para somar nas lutas nas ruas.
“É fundamental que as pessoas compreendam a importância da democracia para a nossa construção histórica. Então a gente precisa fazer um chamado para que as pessoas, a partir de hoje, participem do que eu compreendo como o começo de um processo que será necessário para a derrota da proposta política de país que é alimentada por Bolsonaro. É fundamental que as pessoas venham às ruas para defender essas ações de combate ao autoritarismo e de fortalecimento da democracia que vai culminar com a derrota de Bolsonaro nas urnas e com a derrota do bolsonarismo nas ruas”.
Durante o ato, Biga Kalahare, vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT) de Santarém, explica que “o papel dos parlamentares é nas ruas, ao lado do povo, e lutando por suas demandas”.
Para ele, somente um país realmente democrático dará condições “para que negros, LGBT+, mulheres, indígenas e trabalhadores, no geral, tenham voz para fazerem suas demandas serem ouvidas, mas, acima de tudo, alcançadas”.
Ainda durante a concentração, na Praça São Sebastião, foi feita a leitura da “Carta às brasileiras e aos brasileiros pela defesa do Estado Democrático de Direito”, elaborada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Logo em seguida, o grupo de manifestantes saiu em marcha até a Praça do Pescador, onde o ato foi encerrado.