“Di Rocha: Tapajós Sem Potoca”: projeto combate fake news nos territórios

A Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Santarém (AMTR), realiza a campanha que tem como objetivo a construção de um informativo.

26/08/2022 às 11h00
Por: Tapajós de Fato Fonte: Tapajós de Fato
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Foto: Tapajós de Fato
Foto: Tapajós de Fato

 

A Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Santarém (AMTR), está realizando a campanha “Di Rocha: Tapajós Sem Potoca” que tem como objetivo combater as fake news em territórios santarenos.

 

A campanha da AMTR é em parceria com a plataforma de Inovação e Aceleração da Região Amazônica (IARA), e toda sua construção é feita pelas mulheres associadas da associação.

 

Sendo a região amazônica fortemente prejudicada pela falta de acesso digital, a disseminação de notícias falsas prejudica a população em seus territórios com a perpetuação de notícias inverídicas que dificilmente podem ser combatidas. 

 

Nesse sentido, a campanha disponibiliza formação para o desenvolvimento de habilidades políticas e de comunicação popular para mulheres na cidade de Santarém, para que possam agir no combate às fake news dentro de seus territórios. Entre as ações, a principal delas é a criação de um informativo impresso para facilitar o acesso a informações para quem não possui acesso digital. 

 

 

Keyse Oliveira, secretária da associação e coordenadora do projeto, é quem explica sobre o informativo e como se deu o processo de criação da campanha.

 

“O informativo nasce da necessidade de combate às fake news que circulam dentro dos territórios. Nós vimos na chamada do IARA 2ª edição a oportunidade de ter as vozes das mulheres do Tapajós ecoadas, pois nada melhor que alguém que esteja inserido naquela realidade para falar sobre suas vivências e seu dia a dia. Então, fomos selecionadas e conseguimos levar o projeto adiante. E para além das narrativas com a perspectiva amazônida, está o aprendizado e as trocas que estão sendo realizadas nesse momento decisivo, principalmente no período eleitoral, em que as fake news acabam sendo utilizadas como estratégia de campanha”.

 

A campanha estará realizando ações nas ruas e dentro das comunidades na semana da Amazônia, além das redes sociais através de @amtrstm.

 

“A finalidade é sensibilizar a população em geral a respeito do tema, principalmente as pessoas que não têm acesso às ferramentas digitais, por isso teremos o informativo impresso. A intenção é popularizar técnicas de identificação e combate da desinformação e minimizar a naturalização dessa prática criminosa”.

 

O Tapajós de Fato entrevistou ainda Elivania Andrade, associada que está participando da construção do informativo, que relata exemplos de notícias falsas que serão combatidas, como o lixão do Perema, na cidade de Santarém.

 

"O lixão, quando foi implantado na comunidade de Perema iria ser um aterro sanitário controlado na comunidade, só que ele fica localizado na divisa das comunidades Miritituba e Perema, inclusive na nascente do igarapé do Carará, no Miritituba. Com o passar do tempo, o estrago foi crescendo e hoje é um lixão a céu aberto. Nós sofremos com a poluição dos lagos, da nossa água e o odor forte que o mesmo causa”.

 

Segundo ela, a população se deixa enganar por falsas narrativas e por conta disso dificulta a atuação das comunidades no combate ao lixão.

 

 

Para ela, a campanha é uma iniciativa muito boa para ajudar a população santarena.

 

"Essa campanha nos traz a importância de identificar essas fake news e divulgar para a comunidade que podemos sim aprender a não disseminar informações mentirosas que prejudicam  nossa vida, mas também levar essas informações para aqueles que não têm acesso a internet, que são os principais alvos na hora de passar as mentiras".

 

As falsas informações que serão combatidas através da campanha tratarão de tudo que diz respeito ao território em um momento estratégico que é o período eleitoral. Para Keyse Oliveira, “a Amazônia e seus povos são atacados, em uma tentativa de tomada dos seus territórios pelo capital e que uma das armas utilizadas para isso são as fake news”, daí a importância de desenvolver a campanha que terá duração até as eleições.

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